domingo, 6 de julho de 2008

Não Deu...

por Ricardo Leandro



Essa semana me candidatei a orador da minha turma.
Por que queria isso? Sinceramente não sei ao certo.
Vontade me exibir? Possível, porem improvável, faz muito tempo que escrevo e só recentemente comecei a assinar meus textos, sempre preferi jogá-los na net e me reservar o direito do anonimato. Até que um dia encontrei um texto meu no orkut assinado por outra pessoa.
Bom! Recebi hoje a noticia que não fui escolhido. Triste? Fiquei sim. Já tinha imaginado a emoção da minha mãe quando chamassem meu nome. E já tinha me cansado de ensaiar aquele discurso, o pessoal da minha republica não agüentava mais... rs
Mas tudo bem, pessoas competentes vão fazer esse papel e outras mães se emocionarão. Talvez eu não leve jeito mesmo. Afinal quem me conhece sabe que tenho o costume de trocar o “R” pelo “L” (famosa sindrome de cebolinha). Mas acho que não foi isso, pois recebi o prémio de consolação de fazer uma leitura de homenagem aos colegas. Meus colegas foram melhores mesmo e será um prazer fazer uma homenagem a eles.
Desejo com todo carinho e sem rancor boa sorte aos oradores.

Segue abaixo a prévia do meu discurso que infelizmente não poderei ler na colação de grau.

Senhores pais, amigos, familiares, convidados e membros da mesa diretora, boa noite!

Esse nosso encontro de hoje, infelizmente, não é feito só de alegrias em meio à beleza dessa conquista não podemos deixar de lembrar que hoje é também um dia de despedidas. Hoje grandes amigos que se conheceram na luta por um sonho comum irão se separar. Agora com esse sonho concluído e o gosto da vitória na boca iremos seguir caminhos distinto, cidades distintas, especializações distintas. Mas, com certeza, cada um de nos irá levar consigo todas as lembranças dos inúmeros bons momentos que passamos juntos e cada oportunidade de reencontro será sempre motivo da mais sincera alegria.

Foram 6 longos anos e hoje quando me lembro do 1º dia na FCM parece que o tempo voou, porem quando refaço mentalmente o caminho sinto nas costa os peso desses anos. Há 6 anos tínhamos em comum: o sonho de ser médico e o total desconhecimento do que isso significava, mas com o passar dos anos fomos descobrindo a ferro, fogo e sorrisos o que é um médico. Nesses anos amizades surgiram e se fortaleceram, namoros se iniciaram, namoros terminaram, cabelos caíram barrigas cresceram, adolescentes desajeitadas se transformaram em mulheres lindas e pouco a pouco médicos foram se formando. Nesses anos conhecimentos foram sendo adicionados a nossas mentes leigas, valores éticos foram se incorporando ao nosso comportamento e como quem brinca de crescer nos tornamos médicos, no sentido amplo e verdadeiro da palavra.

Está no dicionário. Médico: “individuo que se especializou na arte de curar doenças”. E não tenham duvidas, a medicina é sim uma arte, é um sacerdócio e como os padres que fazem seus votos de servir a igreja e a Deus, hoje faremos nossos votos de servir a medicina e ao homem, hoje abriremos mão de nossas vidas e quando digo, abrir mão, não me refiro apenas a momentos de lazer, me refiro a nossa identidade, não se separa um médico de sua profissão ele não deixa de ser médico quando vai dormir ou quando vai a uma festa. Há qualquer momento ele estará pronto para servir, pronto para exercer sua arte, pronto para viver a vida que escolheu.

Essa foi a escolha em comum que fizemos e se hoje podemos ter a vida que escolhemos é por que cada pessoa presente aqui nos ajudou a tornar isso possível, cada presente com certeza deu a sua contribuição, pequena ou grande, financeiramente ou com palavras para que esse dia chegasse.

Esse dia era ha muito esperado e sem duvida é especial, e agora que ele chegou quero finalizar dividindo com quem realmente merece, por favor, não aplaudam esse discurso ou mesmo a nós formandos. Os aplausos de hoje devem ser para aqueles que lutaram e nos incentivaram para que pudesse estar aqui: pais, familiares, professores, amigos namoradas e namorados os aplausos de hoje são de vocês.


Muito Obrigado pela atenção.

PS.: Reparem que tive o cuidado de não usar palavras que tenham ao mesmo tempo “R” e “L”.